Nutre a alma com tua essência...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009


O doce amargo

Era tarde de verão. Uma tarde quente, o céu azul, sem nuvens. Tudo parecia ter mais vida, inclusive eu. Deitado na grama do grande quintal de minha casa observava cada coisa ao meu redor, que brilhava intensamente por causa dos raios de sol. Decidi ir à praia.
Caminhava lentamente pela areia, olhava as pessoas se divertirem e procurava os meus amigos. Encontrei apenas um deles, e ficamos sentados na areia úmida, bem próximos da água. Decidi ir para a sombra que existia embaixo de uma palmeira. Foi quando meus olhos se encontraram com uma linda garota. Ela aparentava ter uns 17 anos. Era simplesmente bela. O seu cabelo era ruivo, e sua pele de tom bronzeado realçava seus olhos castanho-claros.
A cada passo que dava, observava seu lindo cabelo voando com a brisa do mar. Estava simplesmente abobalhado. Sentei embaixo da árvore e me apresentei a ela. Senti como sua pele era macia ao toque das nossas mãos, e como seus olhos bem contornados com lápis de olho preto eram bonitos. Seu nome era Dulce. Não havia nome melhor para combinar com sua doce e meiga voz.
Ficamos cerca de duas horas trocando palavras, até que a convidei para tomar algo.
Já estava anoitecendo, o sol que já ia embora deixava boas lembranças do dia de verão, e eu, já estava ansioso para que a lua chegasse e eu aproveitasse mais um momento ao seu lado.
Não agüentando mais, dei um beijo e ela incrivelmente me correspondeu. O tempo parecia estar parado naquele momento igual a minha reação depois do acontecido. Ela de tão nervosa e envergonhada, foi embora correndo mais com um sorriso estampado em seu rosto.
Passei o resto da noite pensando nela, esperando entusiasmado a chegada do próximo dia, com esperanças de vê-la novamente.
O sol havia nascido e eu já estava acordado para ir em direção da praia à espera-la.Ela não chegou.Todos os dias eu estava lá.esperando-a para pelo menos ver os seus lindos olhos,o seu espontâneo sorriso,ou os seus cabelos vermelhos,liso com as pontas enroladas.O tempo passava.Já havia passado uma semana.
No Décimo quinto dia, eu a vi. Era um sábado, dia de grande movimento na praia. Meus olhos brilharam e instantaneamente gritei o seu nome. Ela estava no outro lado da rua, pensativa, como se estivesse esperando algo ou alguém.
Quando ouviu minha voz, levantou a cabeça e passou a vista por todo o seu alcance, até que me avistou. Abriu um largo sorriso e correu de braços abertos em minha direção não se importando com nada a sua volta, e nem com que os outros iriam pensar.

Percebi que quem ela esperava ali era eu, e nada mais além de mim. Enquanto corria, eu sorria de felicidade, até que meu sorriso sumiu do meu rosto e minhas mãos ficaram frias. Comecei a tremer e corri em sua direção. Um carro esportivo amarelo havia lhe atropelado. Agarrei-a em meus braços enquanto ainda estava consciente. Enquanto pedia para ela não me deixar, ela dizia que me amava, e que eu era o único amor de sua vida, o único que havia feito ela feliz em um simples momento. Começaram a sair lagrimas dos meus olhos. Dei-lhe um abraço forte e ela passou os braços pelo meu pescoço. Depois de um pequeno momento juntos, senti seus braços escorregarem de mim e voltarem junto ao seu corpo. Olhei-a e vi que deixou uma lagrima cair de seus olhos. Enxugou-a e disse novamente para mim: “Eu te amo!”. Fechou os olhos e não os abriu mais. Ela se foi em meus braços, assim como eu queria que ela estivesse até hoje. Aqui ao meu lado, Abraçando-me, beijando-me, dizendo “Eu te amo”.

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